Португальский перевод В. Наместниковой-эль Мурр
Источник: Namestnikov el Murr. O Dito da expedição de Igor: um poema épico russo do século XII. São Paulo, 1984.
- 1. Não seria,conveniente, irmãos, iniciar à moda antiga, a triste narrativa da campanha de Igor, de Ígor Sviatoslavitch?
- 2. Iniciemos, pois, este relato de acordo com o que de fato ocorreu em nosso tempo e não pelas concepções de Boian.
- 3. Pois quando o vidente Boian desejava criar uma canção, espraiava seu pensamento pela arvore, qual lobo cin za pela terra, qual águia azulada sob as nuvens.
- 4. Con tam que ele se lembrava das lutas de outrora, Enviava então dez falcões contra um bando de cisncs; o cisne do qual se aproximava o falcão era o primei_ ro a cantar para o velho Iaroslav, ou ao corajoso Mstisláv que degolara Redédia diante das tropas dos kassojianos, ou para o belo Roman Sviatoslavitch.
- 5. Mas Boian, irmãos, não enviava dez falcões contra um bando de cisnes,seus dedos videntes depunha sobre as cordas vivas, e elas entoavam por si a glória dos príncipes.
- 6. Iniciemos, irmãos, esta narrativa a partir dos tempos do velho Vladímir ate os do atua1 Ígor, que fortaleceu sua inteligência, aguçou o coração com a valentia
- 7. e, repleto de espírito guerrei ro, levou suas tropas corajosas, em defesa da terra russa.
- 8. Então Ígor lançou o olhar sobre o sol fui gur.inte e viu que todo seu exército estava coberto de treva.
- 9. E disse Ígor à sua drujina:
- 10. «Irmãos e drujina! Antes ser mortos do que aprisionados.
- 11. Montemos irmãos nos nossos corcéis fogosos e contemplemos o Don azul»
- 12. Quedou na mente do príncipe o desejo, e a ansiedade cobriu-lhe os estandartes – conhecer o imenso Don.
- 13. «Quero, disse ele, tocar com a lança o limiar do campo polovetziano; convos co, russos, quero tombar minha cabeça ou então beber do rio Don, no capacete».
- 14. ó Boian, rouxinol dos velhos temposl Se tu cantasses estes exércitos saltitando qual rouxinol, pela árvore da fantasia, voando com a inteligência sob as nuvens,trançando a gloria de ambas as metades deste tempo, correndo velozmente pela vere da de Trajano através dos campos, para as montanhas!
- 15. Iniciar-se-ia a canção em louvor a Ígor, neto, neto de Olég:
- 16. «Não foi a tempestade que impeliu os falcões pelos vastos campos, nao são as gra lhas que correm, em bandos, ao majestoso Don».
- 17. Seria assim que tu cantarias, vidente Boian, neto de Veles:
- 18. «Os cavalos relincham alem do Sulá, ressoa a glória em Kiev…».Soam as trombetas em Novgorod, os estandartes guerreiros estão em Putivl, Ígor a guarda o querido irmão Vsevolod.
- 19. E disse-lhe Vsevolod, o touro bravio:
- 20. «És o meu único irmão, nu nha única luz resplandescente, Igor! Ambos somos Sviatoslávitch.
- 21. Sela, irmão, teus fogosos corcéis,
- 22. os meus já estão prontos, selados, encontram-se a nossa frente, próximo a Kursk.
- 23. Os meus kurskianos são guerreiros experientes: enfaixados ao som das trom betas, acariciados sob os capacetes, alimentados a ponta de lança,
- 24. caminhos e barrancos lhes são conhecidos, seus arcos estão tesos, suas aljavas aber tas, os sabres afiados,
- 25. eles galopam qual lobos cinzentos pelo campo, buscando honra para si e glóriapa ra o príncipe».
- 26. Então o príncipe Ígor pisou no áureo estri, bo e cavalgou pelo campo aberto.
- 27. O sol forrou-lhe de treva o caminho;
- 28. a noite gemia tempestades, que acor daram os pássaros; levantou-se próximo o assobio dos animais.
- 29. Div clama no cimo da árvore: ordena obedecer à terra desconhecida, ao Volga, ao Pomor, à Possul, ao Surój, a Korsun, e a ti, ido lo de Tmutaracãl
- 30. E os polovetzianos, por estradas não batidas correram em direção ao Don majestoso; ran gem suas telegas a meianoite, qual cisnes al voroçados. Igor ainda está levando seu exército em direção ao Don
- 31. e sua Desgraça já alimenta aves pelas árvores; os lobos invocam a tempestade pelos barrancos; as águias crocitam, chamando os an_i mais à ossada; as raposas latem para os escudos vermelhos.
- 32. O! terra russa! já estás além da colina!
- 33. Muito durou a noite;
- 34. mas eis a luz da aurora, os nevoeiros cobriram os campos,
- 35. adormeceu o gorjeio do rouxinol, despertou o parlar das gralhas.
- 36. Os russos cercaram seus imensos campos com os escudos vermelhos, buscando honra para si e glória para o príncipe.
- 37. Sexta-feira, ao amanhecer, eles esmagaram os vis regimentos polovetzianos e, tendo-se espalhado qual setas pelos campos, galoparam, apossandose das belas virgens polovetzianas e também do ouro, tecidos de seda, caríssimos brocados aveludados .
- 38. E puseram-se a erguer pontes sobre os pântanos e lugares lodosos com cobertas, mantas, peliças e com toda espécie de tecidos rendados polovetzianos.
- 39. O estandarte vermelho, o branco pendão, o penacho rubro e a lança prateada para o corajoso Ígor Sviatoslávitch!
- 40. Dormita no campo a valente ninhada de Olég, voou para longe!
- 41. Não foi engendrado para a ofensa do falcão nem do gerifajlte, nem de ti, corvo negro, vil polovetziano.
- 42. Gzak corre qual lobo cinzento, Kontchák segue-o para o imenso Don.
- 43. Na manhã seguinte, muito cedo, a aurorasan grenta anuncia o amanhecer,
- 44. nuvens negras vem do majrç desejando encobrir quatro sois, e nelas tremulam raios azuis,
- 45. virá imensa trovoada. Cairá a chuva, em setas, do imenso Don!
- 46. AÍ se quebrarão as lanças, ai perderão o fio as espadas de encontro aos capacetes polovetzianos, no rio Kaiala, junto ao imenso Don.
- 47. O terra Russa! já estás além da colina!
- 48. Eis que os ventos, netos de Stribog,sopram do mar qual flechas sobre os valentes regú mentos de Igor.
- 49. A terra treme, os rios correm turvos, o pó cobre os campos.
- 50. Os estandartes farfalhamos;
- 51. os polovetzianos vem do rio Don e do mar e, de todos os lados, cercaram os regimentos russos.
- 52. Os filhos do demo barraram os campos com gritos e os russos valorosos os barraram com escudos vermelhos.
- 53. Touro indómito, Vsévolod! Estás de pé no campo de luta, cobres os guerreiros inimigos de flechas, trovejas de encontro aos capacetes ou as espa das damasquinas.
- 54. Para qualquer parte que tu galopes, touro, rebrilhando com teu capacete dourado, lá estão deitadas as imundas cabeças polovetzianas;
- 55. tu arrasas, indomável touro Vsevolod, os capacetes ávaros, com as espadas bem temperadas!
- 56. Que chaga, irmãos, lhe e cara, se ele esqueceuas honrarias, as riquezas, a cidade de Tchernigov, o áureo trono paternoí, as saudações e as caricias de sua encantadora esposa, a bela Glebovna!
- 57. Foram-se os séculos de Trajano, os tempos de Iarosláv; foram-se as campanhas de O1eg, Olég Sviatoslávitch.
- 58. Aquele mesmo Olég que forjava a sedição com sua espada e semeava as flechas pela terra.
- 59. Ele pisa no estribo áureo na cidade de Tmutaracã,
- 60. e aquele tilintar já fora ouvido pelo grande Iarosláv de outrora,
- 61. e o filho de Vzévolod, Vladimir, toda manhã tapava os ouvidos em Tchernigov.
- 62. Quanto a Bóris Viatcheslavitch, a sede de gloria o levou ao julgamento, ao Kanina, e estendeu-lhe a verde mortalha, pela ofensaa Oleg, príncipe corajoso e jovem.
- 63. Daquele mesmo Kaiala, Sviatopólk mandou levar seu pai entre os cavalos húngaros, para Santa Sofia, em Kiev.
- 64. Então sobo governo de Olég Gorislávitch, eram semeadas e cresciam guerras intestinas, perdiamse os bens dos netos de Dajdbóg as lutas facciosas dos príncipes encurtavam a vida humana.
- 65. Então, pela terra russa, raramente os lavradores chamavam-se uns aos outros, mas os corvos grasnavam constantemente, dividindo entre si os cadáveres; e as gralhas emitiam sua fala, preparando o vôo para se alimentar.
- 66. Isto aconteceu naquelas campanhas e naquelas guerras, e de batalha como aquela, nunca se ouvira falar.De manha ate a noite, da noite ao amanhecer voam as setas abrasadas, ressoam as espadas contra os elmos, crepitam as lanças damasquinas nas estepes estrangeiras, na terra polovetziana.
- 67. Sob os cascos, a terra negra estava coberta de ossos, regada de sangue; brotou tristeza pela terra russa.
- 68. O que produz ruído, o que cedo tilinta ao longe, antes da aurora?
- 69. Ígor faz retornar os regimentos, pois tempena do caro irmão Vsevolod.
- 70. Bateram-se um dia; bateram-se outro; no terceiro, lá pelo meio-dia, caíram os estandartes de Igor.
- 71. AÍ separaram-se os irmãps à margem do rápido Kaiala;
- 72. aí foi insuficiente o vinho sangrento;
- 73. aí terminaram o festim os corajosos russos; embebedáramos sogros e eles próprios tombaram pela terra russa.
- 74. Fenece a grama de compaixão, e a arvore, tristemente, in clina-se em direção a terra.
- 75. Ja chegou, irmãos, uma hora triste, já a estepe deserta encobriu a forçaj
- 76. ergueu-se a má goa sobre as forças do neto de Dajdbog,pisou qual virgem a terra de Trajano, batendo as asas de cisne no mar azul, junto ao Don, despertando os tempos de angustia»
- 77. Entre os príncipes, em vez dos combates com os infiéis, discórdias internas, o irmão dizendo ao irmão: «Isto e meu, aquilo e meul» E começaram os príncipes, por um pequeno «isto e imenso» comentar, forjar sedições contra si mesmos;
- 78. os infiéis chegaram de todos os lados, com vitórias, sobre a terra russa.
- 79. Oh! Até longe voou o falcão, exterminando os pássaros, – ao mar!
- 80. Mas, o corajoso regimento de Igor não ressuscitará.
- 81. Por ele choraram Karná e a tristonha Jlia, galoparam pela terra russa, dispersando fogos em chifre chamejante.
- 82. Choraram as mulheres russas, lamentando-se:
- 83. «Não nos e mais possível dirigir o pensamento aos nossos caros maridos, telos presentes no espírito, nem contempla-los comos olhos; nem segurar nas mãos ouro e prata».
- 84. E gemeu, irmãos, Kiev de tristeza, e Tchernigov le deschos resplandescentes apagaram-se e com eles ambos os crescentes jovens, Olég e Sviatosláv encobriram-se de treva, mergulharam no mar e deram alegria desmedida aos infiéis.
- 85. a angustia espalhou-se pela terra russa, a tristeza derramou-se fartamente pela terra russa.
- 86. E os príncipes forjavam sedições contra si mesmos;
- 87. os infiéis, entretanto, lançavam-se vitoriosos sobre a terra russa e cobravam o tributo de um esquilo por quintal.
- 88. Estes dois corajosos Sviatoslávitch, Ígor e Vsevolod, despertaram a falsidade. Adormecera-a,outrora, seu pai Sviatoslav, o Terrível, grande príncipe kievano;
- 89. derrotou os polovetzianos com seus fortes regimentos e espadas damasquinas e atacou a terra polovetziana, pisoteou colinas e barrancos, turvou rios e lagos, secou nascentes e charcos e arrancou, num turbilhão, o pérfido Kobiak da enseada, retirando-o dos grandes regimentos férreos polovetzianos. E caiu Kobiak na cidade de Kiev, na grídnitza de Sviatoslav.
- 90. Então, os germanos e venezianos, os gregos e os moravios, cantam glória a Sviatoslav, censurando o príncipe Igor que perdera a riqueza no fundo do Kaiala, rio polovetziano; atirara ali o ouro russo.
- 91. Então o príncipe Ígor se transferiu da sela de ouro para a sela de um escravo.
- 92. Entristeceram os muros citadinos, feneceu a alegria.
- 93. Sviatoslav teve um alarmante sonho em Kiev, nas montanhas.
- 94. «Esta noite – contava ele – des-de o anoitecer, cobriam-me com um cobertor preto numa cama de tabuas,
- 95. serviam-me vinho azul mis turado com magoa,
- 96. despejavam-me sobre o peito perolas graúdas das aljavas vazias de estrangeiros infiéis
- 97. e me acarinhavam; já as tábuas do meu tierem de áurea cobertura estão sem cornija.
- 98. Toda a noite, desde o entardecer, os corvos cinzentos crocitavam no prado,
- 99. próximo a Plésnesk, e deslocavam-se velozes para o mar azul».
- 100. E disseram os boiardos ao príncipe:
- 101. «Ja a magoa ofuscou tua inteligência, príncipe:
- 102. eis os dois falcões que voaram do trono paterno dourado, buscando a cidade de Tmutaracã, ou desejando beber, de capacete, no Don. Ja apararam as asas dos falcões com as espadas dos infiéis e emaranharam, a eles proprios, com férreas amarras.
- 103. Estava escuro no terceiro dia; dois sóis se apagaram, ambos os fa nogat e um escravo no valor de um resan.
- 104. В тексте перевода данный фрагмент находится после фрагмента 84 No rio Kaiala a treva encobriu a luz;
- 105. os polovetzianos dispersaram se pela terra russa qual ninhada de pantera.
- 106. Já o opróbrio elevou-se sobre a glória,
- 107. ja se soltou, possante, a miséria,
- 108. Div já se lançou a terra.
- 109. Eis as beldades godas a cantar a beira do mar azul, tilintando com o ouro russo: cantam os tempos de Bus, apraz-lhes a vingança de Charukã.
- 110. E a nós, drujina, já nos privaram de alegria».
- 111. Então Sviatosláv, o grande, deixou cair uma palavra áurea, mesclada com lágrimas, e disse:
- 112. «Ô meus filhos, Igor e Vsévolod! Começastes a dominar cedo a terra polovetziana com os vossos gladios e buscar glória, mas dominastes inglórios e sem glória derramastes o sangue dos infiéis.
- 113. Vossos bravos corações são forjados de duro damasco e temperados viris.
- 114. Que fizestes do meu grisalho prateado?
- 115. Ja não vejo o poderio do meu forte e rico irmão Iaroslav, que dispõe de numeroso exercito, com os boiardos de Tchernigov, com os guerreiros po derosos, com os tatranos, com os chelbires, com os toptchaques, com os revugues e com os ólberos: estes„ outrora sem escudos, armados de facas que traziam nas botas, venceram os regimentos com gritos, tilintando as glórias dos bisavós.
- 116. Mas vos dissestes: «Sejamos os únicos viris; os únicos a apossar-nos da futura glória, e a de outrora, dividamos sozinhos «.
- 117. E seria pasmo, irmãos, ao velho rejuvenescer?
- 118. Quando o falcão troca de penas ele impele os pássaros bem alto, não permite que oprimam o seu ninho.
- 119. Mas eis o mal: dos príncipes não tenho auxilio.
- 120. Os tempos mudaram, pelo avesso.
- 121. Em Rimov grita-se sob as espadas polovetzianas, e Vladimir esta ferido.
- 122. Angústia e aflição ao filho de Gleb!
- 123. Grão-príncipe Vsévolod! Não terás no pensamento vir voando de longe – proteger a áurea me sa paterna?
- 124. Tu podes espargir o Volga com os remos e esvaziar o Don com os capacetes!
- 125. Se esti vesses aqui, teríamos uma prisioneira no valor de um graças; См. также фрагмент 103
- 126. Bem que tu podes atirar em terras secas com setas vivas-tom os arrojados filhos de Gleb.
- 127. Vos, corajosos Riúrik e Davil Não foram vossos guerreiros que nadaram em sangue com seus capacetes dourados?
- 128. Nao estaria a vossa corajosa drujina a urrar, qual touros feridos, com es padas abrasadas, num campo desconhecido?
- 129. Pisai, senhores, em estribos de ouro, contra a ofensa deste tempo, pela terra russa, pelas feridas de ígor, o valoroso Sviatoslavitch!
- 130. Iarosláv Osmomisl de Galitchl Estás sentado alto no teu trono forjado em oaro, sus tendo as montanhas húngaras com teus férreos re gimentos, barrando o caminho ao rei, fechandoas portas do Danubio, lançando pesos através das nuvens, equipando naus pelo Danúbio.
- 131. Tuas tormentas correm pela terra; aproximas-te de Kiev, atiras da áurea mesa paterna nos sultões, por sobre as terras.
- 132. Atira, senhor, em Kontchák, escravo infiel, pela terra russa, pelas feridas de Ígor, o corajoso Sviatoslavitch!
- 133. E vós, corajosos Roman e Mstislav! Um pensamento destemido arrasta vossa razão a proeza;
- 134. alto pairais para um feito corajoso, alçando-vos no ar, como um falcão, quando irado deseja a tingir uma ave.
- 135. Pois vos tendes armadura de ferro sob os capacetes latinos. Eles fizeram tremera terra em muitos países – os finlandeses, a Lituânia, os iatviagos, os deremelos e os polovetzianos – abandonaram suas lanças e inclinaram as cabeças sob vossas espadas de aço.
- 136. Mas, principe, para Ígor ja se ofuscou a luz solar, e não foi para o bem que a arvore tombou sua folhagem!
- 137. Ao longo do Ros e do Sulá os polovetzianos repartiram as cidades. Mas o valoroso exército de Ígor não se pode ressuscitara.
- 138. O Don invocate príncipe, e chama os príncipes para a vitória.
- 139. Os Olgóvitch, príncipes corajosos, estão prontos para a luta.
- 140. Vsêvolod e todos os três Mstislávitch não são filhotes hexa-alados de magro niuho, não teriam arrebatado suas terras pela sorte vitoriosa?
- 141. Por que estão inativos vossos áureos capacetes, as lanças polonesas e os escudos?
- 142. Fechai os portões da estepe polovetziana com vossas afiadas flechas, pela terra russa, pelos ferimentos de Igor, o valoroso Sviatoslavitch!
- 143. Ja nao se escoa o Sulá em argênteos filetes para a cidade de Pereiaslávl, e o Dvina cor re pantanoso em direção dos temíveis polovetzia nos, sob o grito dos infiéis.
- 144. Somente Isiasláv, filho de Vassílko, tilintou com suas espadas afia das contra os capcetes lituanos, embalou a glória de seu avo Vseslav, e ele próprio foi vencido, sob belos escudos, sobre a grama sangrenta, com espadas lituanas.
- 145. E disse:
- 146. «Príncipe, os pássaros cobriram tua drujina com as asas, e as feras lamberam seu sangue»«
- 147. Nao esteve ai nem o irmão Bratchislav, nem o outro -Vsevolod: sozinho, ele esvaiu do corajoso corpo sua alma de pérola através do colar dourado.
- 148. En tristeceram-se os cantos, extinguiu-se a alegria, tro am as trombetas de Grodno.
- 149. Iarosláv e todos os netos de Vsesláv! Baixai vossos pendões, embainhai vossas espadas ja inutilizadas:
- 150. não sois mais dignos da gloria dos antepassados;
- 151. com vossas dissen soes atraístes os infiéis sobre a terra russa, sobre as posses de Vseslav;
- 152. bem que por causa das dissensões surgiu a coação a partir da terra polovetziana!
- 153. No sétimo século de Trajano, Vseslav lançou a sorte por uma jovem que lhe era cara.
- 154. Com subterfúgios, apoiado no cavalo, aproximou-se galopando da cidade de Kiev e tocou com a vara o trono áureo Kievano.
- 155. Qual fera enraivecidaj afastou-se deles. A meianoite,desapareceu de Belgorod, envolto pela névoa azul,
- 156. e ao amanhecer, a briu os portões de Novgorod com machados, aniquilou a glória de Iarosláv,
- 157. e afastou-se, qual lobo, de Dudúdtki até o Nemiga. No Némiga colocam fei xes de cabeças, martelam com correntes damasquinas, depositam a vida na correnteza retiram a alma do corpo.
- 158. As margens sangrentas do Nemiga não estavam semeadas pelo bem – estavam semeadas com os ossos dos filhos russos.
- 159. O príncipe Vseslav julgava os homens, doava cidades aos príncipes, mas, à noite, ele próprio corria, qual lobo: antes dos galos chje gava de Kiev a Tmutaracã, cruzando o caminho qual lobo, antecedendo o grande Hors.
- 160. Em Polotzk, cedo os sinos tocaram para ele a missa de alba em Santa Sofia, e ele ouviu o repique em Kiev.
- 161. Mas, emboraseja sábia a alma no seu corpo viril, muitas foram as vezes em que sofreu mudança.
- 162. Sobre ele, o vidente Boian, pela primeira vez falou num estribilho sábio:
- 163. «Nem ao esperto nem ao inteligente será possível escapar ao juízo de Deus!»
- 164. Oh, gemerá a terra russa, recordando os tem pos idos e os príncipes de outrora!
- 165. Não se poderia pregar às montanhas kievanas aquele velho príncipe Vladímir.
- 166. Uns estandartes tornaram-se agora de Riúrik, outros, de Davi,
- 167. tilintam as lanças.
- 168. No Danubio ouve-se a voz de Iaroslavna; canta ao amanhecer qual cuco solitário .
- 169. «Voarei pelo Danúbio qual cuco;
- 170. molharei a manga de castor no rio Kaiala,
- 171. enxugarei as feridas sangrentas do vigoroso corpo do príncipe».
- 172. Iaroslavna, cedo pela manhã, chora em Putivl, sobre o muro citadino lamentando-se:
- 173. «Ó vento, vendaval! Por que sopras tao forte?
- 174. Por que lanças as setas dos alcãns, nas tuas leves asas, contra os guerreiros do meu que rido esposo?
- 175. Ser-te-á pouco soprar sob as nuvens, embalando os navios no mar azul?
- 176. Por que então, senhor, espalhaste pelo capim a minha alegria?»
- 177. Cedo pela manha, Iaroslavna chora sobre o muro citadino de Putivl, lamentando-se:
- 178. «Ó Dniépr fluente! Tu furaste montanhas de rocha através da terra polovetziana,
- 179. tu conduziste, embalando, os barcos de Sviatosláv até o exército de Kobiak.
- 180. Conduze, pois, até mim, embalando, o meu querido, para que eu não lhe envie, pelo mar, lagrimas matinais».
- 181. Cedo Iaroslavna chora em Putivl, sobre o muro citadino, lamentando-se:
- 182. «Claro, claríssimo sol! És quente e belo para todos:
- 183. para que, poderoso, espalhaste os teus cálidos raios sobre os guer reiros de meu marido? Na estepe sem água, fizeste en colherem-se de sede os seus arcos, com a tristeza lhes tapaste as aljavas?».
- 184. Marulhou o mar à meia-noite; avançam turbilhões enevoados; Deus indica ao príncipe Ígor o ca minho da terra polovetziana à terra russa, em direção ao áureo trono paterno.
- 185. Os poentes ja se apagaram. Ígor dorme, Ígor encoraja-se, Ígor mede em pensamento os campos do imenso Don ate o pequeno Donétz.
- 186. O corcel está pronto a meia-noite. Ovlur assobiou atrás do rio, fazendo assim sinal ao príncipe.
- 187. Bateu a terra, sussurrou a erva, moveram-se as tendas polovetzianas.
- 188. O príncipe Ígor galopou, qual arminho, pa ra os caniços e qual branco mergulhão para a água;
- 189. montou no fogoso corcel, depois saltou dele qual lobo cinzento,
- 190. correu para o prado de Donétz e voou, qual falcão, sob os nevoeiros, abatendo gansos e eis nes para a refeição matutina, almoço e jantar.
- 191. Quan do Ígor voava qual falcão, Ovlur corria qual lobo,sa cudindo de si o gélido rocio; exauriram seus fogosos corcéis.
- 192. Donétz disse:
- 193. «Príncipe ígorl Não te basta a glória, a Kontchák mágoa e a terra russa alegria!»
- 194. Ígor respondeu:
- 195. «Ó Donetz! Não te basta também a glória de teres embalado o príncipe sobre tuas ondas, de lhe teres estendido erva verde nas tuas argenteas margens, de o teres vestido com tépidos nevo eiros sob a sombra da arvore verde, de o teres guardado,
- 196. qual mergulhão, sobre a agua, qual gaivotas so bre a correnteza, qual patos nas ventanias».
- 197. Não e tal, dizem, o rio Stugna: sendo raso, mas tendo devorado riachos e córregos alheios, engrossa para o desaguadouro, barrando o Dniéper ao jovem príncipe Rostisláv, na proximidade da margem escura.
- 198. A mãe chora o jovem príncipe Rostislav:
- 199. «Desalentaram-se as flores de dó, e a árvore, de tristeza, vergou para a terra».
- 200. Não eram pegas grasnando: pelo rastro de Ígor seguem Gzak e Kontchák.
- 201. Então os corvos não cro citaram, as pegas não grasnaram, as gralhas se aquiíí taram,
- 202. apenas serpenteavam pelos galhos; com batidas, os pica-paus indicam o rumo para o rio; com alegres cantos, os rouxinóis anunciam o amanhecer.
- 203. Diz Gzak a Kontchák:
- 204. «Quando o falcão voa para o ninho, atiremos no falcãozinho com nossas flechas douradas».
- 205. Respondeu Kontchák a Gzak:
- 206. «Se o falcão voar para o ninho, emaranhemos o falcãozinho com uma bela jovem».
- 207. Gzak disse a Kontchák:
- 208. «Se o emaranharmos com uma bela jovem, não teremos nem falcãozinho nem beldade, e os pássaros começarão a nos bater no campo polovetziano».
- 209. Das campanhas de Sviatoslav disse Boian, trovador dos velhos tempos de Iaroslav, de Olég, dos príncipes:
- 210. «É penoso para ti, cabeça, estar sem ombros, e passas mal, corpo, sem a cabeça». Assim acontece a terra russa sem Ígor.
- 211. O sol brilha no céu e o príncipe Ígor na terra russa.
- 212. As jovens can tam no Danúbio, suas vozes enovelam-se através do mar, até Kiev.
- 213. Ígor viaja através de Boritchóv, vai render preito à Nossa Senhora de Piro-gochch.
- 214. Os países estão contentes, as cidadesa legres.
- 215. Tendo cantado um hino aos velhos príncipes, cantemos também aos jovens:
- 216. «Glória a Ígor Sviatoslavitch, ao indomável touro Vsévolod, a Vladimir Ígorevitch.
- 217. Vivam os príncipes e a drujina, que combatem pelos cristãos contra os regimentos infiéis!
- 218. Glória aos príncipes e à drujinal» Amén .
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Орехов Б. В. Параллельный корпус переводов «Слова о полку Игореве»: итоги и перспективы // Национальный корпус русского языка: 2006—2008. Новые результаты и перспективы. — СПб.: Нестор-История, 2009. — С. 462—473.